Priscylla de Lêu

"Olha as estrelas. Enquanto elas brilharem haverá esperança na vida"  Érico Veríssimo

Textos

O nada e eu

Estou com a rotina bastante atribulada, acordo às 4:30 da manhã todos os dias, para sair de casa às 6:00, ir para Niterói e pegar a barca entre 7:00 e 7:30, isso tudo para chegar no estágio as 8:00, ufa! Claro, que quando chego à estação das barcas estou ainda sonolenta e nesse estado eu não consigo pensar direito e foi com esse sentimento que na 6° f me senti incomodada. Por que eu não consigo pensar em "nada"? Me perguntei. E aí percebi o quanto “o nada” incomoda e particularmente naquele momento pensei em todos “os nadas” que já ouvi na minha vida: “Você não pensa em nada; você não faz nada; você não tem nada; você não é nada”. Observe que não quero ser inquisidora ou me fazer de vítima (detesto isso), mas a questão é, repito: Por que o nada incomoda tanto? Mas como posso dizer que “o nada” incomoda se ele é... “nada”? Seria “o nada” algo? Acabo de crer que sim! Por exemplo;  Ele me move a escrever essas linhas. Ou seja, ele me encoraja a fazer coisas. Se eu não tenho nada, não sou nada, não penso em nada, o que posso temer? Nada! E quando me dou essa resposta o mundo parece se abrir para mim automaticamente e ganho um mar de possibilidades e posso fazer as escolhas que quiser, melhor , posso então dizer  que “o nada” me proporciona ao “tudo”!

Então já que o “nada” me leva ao “tudo”, eu posso experimentar coisas, como escrever e expor o que penso sobre o nada aqui no site, por exemplo.

O mais engraçado que o nada mostrou é que sempre que eu tinha objetivos a alcançar nunca fui bem sucedida e agora que deixei que o Nada me conduzisse todos os ventos parecem soprar a meu favor. Acho que das outras vezes que eu pensava em algo me preocupava e essa preocupação me levava à insegurança, que atrelada à ansiedade trazia o medo, que logo se associava ao fracasso. Pronto! Mais uma vez o Nada se mostrava me dando novas oportunidades e eu não via.

Descobri nos últimos 10 minutos de travessia de barca na 6° f, que o Nada nos traz segurança, não há o que temer, e que a calma, já que não se tem nada, aguça o discernimento de se fazer melhor as escolhas, e com isso as ideias ficam mais claras e as coisas acontecem.

Mas com tudo isso... Eu ainda não me convenci da premissa que o nada é tudo, porque fui bombardeada por um pensamento controverso ao atracar da barca: Não tenho nada me esperando e não tenho nada a temer.  Confuso não? Mas estou perdoada por estar cansada e ser 6° feira.
Priscylla de Lêu
Enviado por Priscylla de Lêu em 14/09/2014
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